Frente fria ameniza calor, mas vento 'liga alerta' para propagação de focos de incêndio e chuva não é garantia em toda região
14/09/2024
(Foto: Reprodução) Meteorologista do Cepagri destaca que volume previsto não é solução, mas termômetros devem chegar no máximo aos 28º C no domingo (15). Rajadas de vento podem chegar a 55 km/h na região de Campinas. Fim de tarde em Campinas (SP), antes da chegada da frente fria
Fernando Evans/g1
A chegada de uma frente fria a partir deste sábado (14), embora sem força para causar uma virada no tempo, melhora um pouco o cenário na região de Campinas (SP) com alívio nas altas temperaturas, aumento da umidade e possibilidade de chuva, que não deve ser nem volumosa nem generalizada, e que algumas pessoas podem inclusive não ver, alerta o meteorologista Raphael Moura, do Cepagri da Unicamp.
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Embora o quadro de secura e calor extremo diminua nos próximos dias, a presença de ventos, principalmente a partir da madrugada de sábado para domingo, deixa em alerta equipes que combatem queimadas na região.
São previstas rajadas de até 55 km/h, e a ventania aumenta a possibilidade de propagação dos focos de incêndio.
"Essa é nossa maior preocupação no momento. Por isso, mais uma vez, pedimos que as pessoas não coloquem fogo em área de vegetação seca, não queimem lixo e não soltem balões. Além de ser crime ambiental, passível de sansões penais e administrativas, causa danos irreparáveis para a fauna, para a flora e para a população", destacou Sidnei Furtado, coordenador da Defesa Civil de Campinas.
De acordo com o meteorologista Raphael Moura, no domingo será possível identificar a presença de nuvens, embora o sol ainda esteja presente.
Os termômetros devem atingir, no máximo, 28º C, e o clima deve permanecer ameno pelo menos até terça (17), com volta das temperaturas mais altas de forma gradual, ao longo da semana.
E a chuva? 🌨
Em relação a chuva, não são esperados grandes volumes - até 10 milímetros na segunda (16). Mas é provável que algumas pessoas nem vejam.
"O dia mais chuvoso deve ser segunda, mas a mudança deve começar na noite de sábado, com a chegada do vento. Domingo vai estar um dia diferente, com nuvem no céu, mas de um modo geral, com sol entre nuvens. Não vai ter tanto impacto na região, como foi a frente fria de agosto. É como se estivéssemos no final de uma fila e chega alguém empurrado. A gente sente pouquinho, devagar", compara Moura.
Sobre o possível impacto da chuva no combate às queimadas que atingem a região, o meteorologista do Cepagri pondera que ela aparece depois do vento, que favorece a propagação, e em alguns casos, como não se trata de um volume representativo, pode não contribuir para apagar o fogo.
"Existem certas condições em que a chuva nem chega ao solo. Dependendo do calor, do volume, ela evapora antes de chegar. Já aconteceu isso em Portugal, quando houve um grande impacto dos incêndios. Essa chuva prevista não é a solução", afirma Moura.
Ainda de acordo com o meteorologista do Cepagri, esse período historicamente é favorável às queimadas, com o tempo seco e mudança da estação, e que se agrava com o quadro de baixa umidade.
"A partir da virada do inverno, vamos ter dias com cada vez mais presença do sol. E sem umidade, vai esquentar mais. É uma combinação propícia, e onde não há mitigação de risco, monitoramento, a chance de queimada aumenta", explica.
Incêndio atingiu distrito de Barão Geraldo, em Campinas
Reprodução/EPTV
Mobilização
A Prefeitura de Campinas informou que irá manter neste fim de semana monitoramento de focos de incêndio na região de Sousas e Joaquim Egídio, em apoio ao Corpo de Bombeiros. Com isso, Defesa Civil, Sanasa e equipes de Serviços Públicos estão de prontidão.
"Com os ventos fortes, incêndios podem se espalhar ainda mais. A população deve ficar atenta e ligar para a Guarda Municipal pelo telefone 153 ou para a Polícia Militar pelo 190 se avistarem suspeitos de colocarem fogo em mato. Isso é crime", destacou Sidnei Furtado.
Em caso de avistamento de queimada, a orientação é acionar o Corpo de Bombeiros pelo 193.
Durante esse período, a Defesa Civil tem mantido todo o pessoal mobilizado. São 3 equipes, 7 profissionais e 1 drone, e os trabalhos incluem o uso de três caminhões, sendo dois da Sanasa e um de Serviços Públicos.
"A Defesa Civil do Estado também recomenda que pessoas que estejam em regiões com queimadas, usem máscaras N95, PFF2 ou P100 ao sair de casa. O objetivo é reduzir inalação de partículas", completa a nota.
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